São Miguel – capital das pérolas dos Açores

Percorrendo São Miguel
Ilha verde, terra de amores
Como tu não há igual
Por isso és a capital
Das nove pérolas dos Açores.

Palavras do escritor João Silvério Sousa que se tornaram em verdade.

  • A chegada

Como sempre era uma aventura chegar à ilha. Como há voos diretos de Lisboa para Ponta Delgada não quis deixar a chance fugir e marquei voo com 7 meses de antecedência para a altura do Natal. A viagem em si correu bem, mas pouco antes da minha ida apareceram voos de Tap Portugal com desconto ou seja o preço foi duas vezes mais barato daquilo que eu paguei. Os Açores são um arquipélago composto por 9 ilhas que fica no meio do Oceano Atlântico e o voo de Lisboa até Ponta Delgada é uma hora e tal.

  • Natal na ilha de São Miguel

Durante o Natal não há muitos turistas na ilha. Não se vê muita gente na rua em geral durante esta altura, mas é algo normal. O tempo não é tão bom e há muito vento. Junto com as nuvens a cidade pode passar por fundo de filme de terror. Mesmo assim os açorianos que conheci no hotel onde estava mostraram muita hospitalidade convidando-me para jantar com a família deles. Eis a minha chance para praticar a compreensão do sotaque açoriano. No jantar havia pelo menos 20 pessoas e de tantas conversas à minha volta acabei por não entender nenhuma. De qualquer forma consegui entender muitas conversas durante a minha estadia lá sem precisar de dicionário. Muitos portugueses fazem a piada que a gente precisa de dicionário para entender o sotaque. Na verdade o sotaque é bonito e para mim parece como se alguém falasse português de Portugal com sotaque francês. Além disso, os locais falam inglês bem, portanto não é preciso ter medo. Encontrei turistas que estavam preocupados que não se iam desenrascar lá e estavam a aprender português no duolingo on the go. Não houve grande sucesso, porque ninguém entendeu nada. Se calhar porque tentaram usar vocabulário do Português do Brasil, mas o léxico usado no Brasil e nos Açores difere bastante.

Sao miguel

  • Ano Novo à açoriana

Depois do Natal o tempo começou a melhorar e cheguei a conhecer mais açorianos e turistas. No Ano Novo Ponta Delgada fica cheia de gente com fatos que se juntam na praça principal da cidade para ver o fogo de artifício. Foi a minha primeira vez passar o Ano Novo em outro país, ainda por cima numa ilha. Não sei se achei o fogo de artifício refletido na água mais lindo ou que estava a observar tudo isso da praça com gente vestida com fatos oficiais para baile. Depois descobri que há tradição na ilha em que o Coliseu Micaelense organiza baile de réveillon onde a gente vai depois dos espetáculos de fogo de artifício para continuar a celebrar. 

  • A comida

Quero fazer um destaque sobre um prato bastante interessante. É o tal chamado Cozido das Furnas. Menciono-o porque é preparado numa panela que é metida dentro da terra e deixada por umas 10 horas na terra. Mas também não é qualquer terra. É no solo junto às caldeiras das Furnas, ou seja é preparado com calor volcánico.

  • Os açorianos e a Caldeira das Sete cidades

Fiquei muito contente que todos os açorianos, que conheci, sabem mesmo muita coisa sobre a ilha – história, economia, política, tudo! E têm tanto orgulho de serem açorianos. Mas isso é normal. A ilha é um cantinho do paraíso. Para quem gosta de natureza, de lagos, de verdura. Então a Caldeira das Sete cidades é o lugar para vocês.  Eu também consegui ver os lagos da Caldeira das Sete Cidades.  Não deu para ver as cores diferentes, porque havia nuvens, mas era incrivelmente bonito de qualquer forma. Vi a natureza preservada e ainda não destruída.

  • Transportes

Em termos de transportes públicos, não são muito convenientes. Há um autocarro que passa pela cidade e faz conexão com as outras cidades duas vezes por dia e em horas não muito convenientes. Nesse sentido, o que aconselho para quem quer ir é ter carta de condução para arrendar carro, porque é muito mais confortável (realizei isso quando já estava lá). Uma coisa que achei frustrante foi que as ruas eram pequeninas e podia apanhar claustrofobia. Havia muitas casas cujas portas davam exatamente para a rua. Imaginas como as pessoas abrem as portas e olham para cada lado para ver se podem sair sem ser atropelados? Loucura!

  • Atlântida – mito ou realidade?

Afim fiquei com tantas impressões da ilha e gostei tanto de ouvir toda a informação que os açorianos deram que comprei um livro sobre a história do povo açoriano para descobrir mais sobre as lendas. Até sou capaz de acreditar nos rumores que os Açores fazem parte da mítica Atlântica depois de ver a ilha de São Miguel.

About Author

Eu sou Marchela e gosto de aprender línguas como forma de explorar os outros países melhor. Cada idioma é um tesouro e o meu objetivo é aprender os básicos da língua falada em cada país que visito.

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